Vi um dado de que, nestes
últimos dois meses, ocorreram no país mais de 400 atos contra o golpe
parlamentar-midiático. É uma pena eles se concentraram, em sua maioria, nas
grandes e médias cidades. Há vida e militantes da democracia em todos os
pequenos locais.
A radicalização da Democracia
começa do lado de cá, de fora da política: na política em ação, informal, não
institucionalizada.
Se o centro é uma Reforma
Política, o poder revisório não pode ser daqueles que se beneficiam diretamente
de privilégios, abusos e monopólios que precisam ser combatidos.
Desta forma, toda essa energia
democrática pluralista – trabalhadores, mulheres, jovens, estudantes, sem teto,
sem terra, artistas, professores e outros funcionários públicos – precisa ser
canalizada em uma ação unitária, de presença nacional.
Fica a sugestão de que entidades
sociais como UNE, UBES, MST, MTST, OAB, CNBB, CARITAS, CUT, Centrais Sindicais,
associações de gênero, de arte e cultura, organizações locais e regionais, com
presença junto às pessoas, organizarem uma CONFERÊNCIA NACIONAL PELA REFORMA
POLÍTICA. Tecnologia social já existe. Exemplos como o Plebiscito da Divida Externa construiram aprendizado e capital social.
Tal conferência, de caráter
informal, popular e social, deve ser antecedida de uma discussão que elenque os
principais tópicos possíveis para o começo do debate. Qual a reforma política necessária? A partir
de então, convocar edições municipais, regionais, estaduais, setoriais,
voltadas a construir as bases da proposta desejada.
Finalizando como um evento
catártico nacional, uma conferencial nacional, aberta e plural, definindo a
reforma política pró-ampliação da democracia, da participação social, rompendo
com privilégios e monopólios dos profissionais da política.
Depois de um documento desse
porte ser legitimado pela sociedade, começará a hora de pressionar as agendas
dos partidos políticos e do Judiciário.
Nenhuma arquitetura social
voltada a reforma política terá sucesso na ampliação e radicalização da
democracia, revigoramento dos partidos e da própria Política sem esse desenho
popular. O resto, é suspiro de crise ou reação conservadora.
Nenhum comentário:
Postar um comentário