o_tropicante_tropical
Políticas Culturais Sul - Sul e Sociedade.
Fora Temer
domingo, 28 de agosto de 2016
domingo, 26 de junho de 2016
Escolas Censuradas?
Muito boa a iniciativa do jornal eletrônico El País Brasilem trazer esse horror ao debate, tema este despercebido pela mídia das cinco famiglias: a Escola Sem
Partido.
“Liberdade de ensinar não se confunde com liberdade de expressão” - frase de deputado do PSDB autor da proposta.
“Liberdade de ensinar não se confunde com liberdade de expressão” - frase de deputado do PSDB autor da proposta.
Com o suposto de que estudantes estão sendo objeto de
manipulação ideológica no interior das escolas, levada a cabo por educadores, o
assunto mobiliza atores pornôs, jovens Kim KatagranadoPSDB, músicos decadentes
que querem aproveitar holofotes do ódio para lançar-se e viver da política ou
(já imaginou Lobão Senador?); por fascistas despudorados e gente que nunca se
interessou por educação.
Discutir conteúdo curricular mínimo nacional é uma coisa;
aproveitar o momento para avançar com esse projeto cuja mentalidade carece de
realidade é perigoso.
Tal projeto, além de ignóbil, é uma resposta conservadora a
nova onda de revoltas e ocupações de escolas em todo país por estudantes. O
estúpido projeto é um NÃO a escola laica e livre de opressão de gênero.
O advogado que criou a associação pensa em estudantes
passivos, que não abrem a boca para uma boa discussão sobre aquilo que o
professor diz caso “ofenda a privacidade do aluno”. Ele parte do princípio de
que aquele amontoado de jovens numa sala de aula é amorfa.
Seguem as matérias publicadas.
A educação brasileira no
centro de uma guerra ideológica
Movimentos fazem
leis contra a "ideologia nas escolas" e pedem que currículo básico
passe pela Câmara
No Rio Grande do
Sul, mobilização estudantil contra “Escola sem Partido”
Movimento teve vitória parcial e
paralisou projetos, entre eles o que propõe privatizar escolas
RENATA AQUINO | PROFESSORES CONTRA O ESCOLA SEM
PARTIDO
“Eles querem retirar a diversidade da escola”
Para a integrante
do movimento que critica o Escola Sem Partido, o grupo de Miguel Nagib quer
manter fora da escola o que contraria a moral cristã
“O professor da
minha filha comparou Che Guevara a São Francisco de Assis”
Movimento Escola Sem Partido foi criado
a partir da indignação de um pai com um professor
Mas, como afirmou o Sakamoto, o “Japonês do Mal”
(esquerdista): “O bicho está pegando na educação. É tanto problema que você
pode montar o seu combo: roubo de merenda, escolas ocupadas, universidades em
greve (e quebradas), proposta de teto orçamentário ameaçando investimentos na
área, Plano Nacional de Educação completando dois anos sem NENHUMA meta
cumprida e por aí vai. Mas a julgar pelo que se passa na Congresso Nacional e
na mídia, o grande mal da educação brasileira tem outro nome: “Doutrinação
Político-Partidária”.
quarta-feira, 8 de junho de 2016
Reforma Política e Sociedade: hora de chamar a Conferência Nacional e Informal pela Reforma Política
Vi um dado de que, nestes
últimos dois meses, ocorreram no país mais de 400 atos contra o golpe
parlamentar-midiático. É uma pena eles se concentraram, em sua maioria, nas
grandes e médias cidades. Há vida e militantes da democracia em todos os
pequenos locais.
A radicalização da Democracia
começa do lado de cá, de fora da política: na política em ação, informal, não
institucionalizada.
Se o centro é uma Reforma
Política, o poder revisório não pode ser daqueles que se beneficiam diretamente
de privilégios, abusos e monopólios que precisam ser combatidos.
Desta forma, toda essa energia
democrática pluralista – trabalhadores, mulheres, jovens, estudantes, sem teto,
sem terra, artistas, professores e outros funcionários públicos – precisa ser
canalizada em uma ação unitária, de presença nacional.
Fica a sugestão de que entidades
sociais como UNE, UBES, MST, MTST, OAB, CNBB, CARITAS, CUT, Centrais Sindicais,
associações de gênero, de arte e cultura, organizações locais e regionais, com
presença junto às pessoas, organizarem uma CONFERÊNCIA NACIONAL PELA REFORMA
POLÍTICA. Tecnologia social já existe. Exemplos como o Plebiscito da Divida Externa construiram aprendizado e capital social.
Tal conferência, de caráter
informal, popular e social, deve ser antecedida de uma discussão que elenque os
principais tópicos possíveis para o começo do debate. Qual a reforma política necessária? A partir
de então, convocar edições municipais, regionais, estaduais, setoriais,
voltadas a construir as bases da proposta desejada.
Finalizando como um evento
catártico nacional, uma conferencial nacional, aberta e plural, definindo a
reforma política pró-ampliação da democracia, da participação social, rompendo
com privilégios e monopólios dos profissionais da política.
Depois de um documento desse
porte ser legitimado pela sociedade, começará a hora de pressionar as agendas
dos partidos políticos e do Judiciário.
Nenhuma arquitetura social
voltada a reforma política terá sucesso na ampliação e radicalização da
democracia, revigoramento dos partidos e da própria Política sem esse desenho
popular. O resto, é suspiro de crise ou reação conservadora.
quinta-feira, 19 de maio de 2016
Possíveis cenários futuros para o campo da esquerda;
O impeachment representou um duro golpe na trajetória de
redemocratização do país iniciada em 1985 e ainda não concluída. Uma
presidente, cheia de problemas de perfil administrativo, eleita por 54 milhões
de votos, foi apeada do governo, fazendo emergir a superfície da política
nacional indivíduos conservadores, religiosos e belicosos carregados de
corrupção e polêmicas.
Particularmente penso que este temeroso governo interino se tornará permanente, seja lá um desastre ou não.
O peso da eleição de 2018, supondo que certas questões democráticas ainda continuem na ordem da nação, torna-se central. Se não existe governo de esquerda, é necessário construir um capaz de aderir ao máximo de agendas do campo da esquerda.
Qual o macrocenário político para esse campo, entre agora e as
eleições de 2018?
Os anos 14 anos de governismo desmontaram discursivamente o Partido dos
Trabalhadores que acabou envolvido em corrupção e inércia estratégica do
governo, ao seu final. Se por um lado o impeachment apeou o PT do governo,
devolveu-lhe parte do discurso corroído. Contra o partido “organização
criminosa” colada no imaginário da direita, aparece um partido combativo,
surgido como oposição, posição ocupada em metade de sua vida (volta a ser
classista, ao menos no discurso). Ainda mais quando o temeroso governo interino
(e ilegítimo) toma, como primeiras medidas, recados políticos contra segmentos
progressistas na estrutura governamental, a redução dos programas sociais e
assim vai. Em geral, o PT envolve-se, majoritariamente, em composições com
outros partidos classistas, como o PC do B e o PDT. Trata-se do polo A.
Por outro lado, o impeachment deu vazão a novos partidos políticos e que também
estão posicionados contra o Golpe. A defesa da democracia proporcionada por
artistas, movimentos sociais, estudantes, mulheres acena para um crescimento de
uma esquerda movimentista: PSOL, Rede, o Raiz, o Partido Pirata (os dois
últimos em processo de legalização) (até mesmo o PC do B poderia fletar nesta frente). Da mesma maneira, a sede conservadora que
tem sido demonstrado nesses dez dias de interinidade, atacam avanços simbólicos
e normativo-legais (mesmo que pouco, ainda) de movimentos como os das mulheres,
dos negros, os vinculados a orientação sexual, ambiental e às expressões das
juventudes, pondo em risco liberdades individuais e coletivas. A grande questão, ao menos pra mim, é acatar a liderança de Marina Silva, a versão feminina de Aécio Neves. Trata-se do polo
B.
Num polo C temos partidos mais ligados a sindicatos: O PCO, PSTU, PCB. Os três pequenos da extremidade esquerda do espectro político brasileiro.
Podemos dizer que existe certa possibilidade de um polo de centro
direita e centro esquerda alternativo, capitalizado pelo PDT e PSB, quem sabe
possa agregar o PV. É o polo D. Tal possibilidade enfraquece o polo A.
O que esse cenário comum de lutas pode conformar como inovação nas eleições
gerais de 2018 para o campo da esquerda? O ideal, porém irreconciliável, seria
uma grande frente de esquerda classista e movimentista em torno do polo A, B e
D. Não tenho ciência da possibilidade de adesão do polo C.
Assim, o que se esperar é de três a quatro frentes de centro-esquerda
e esquerda, unificadas sob o discurso do desmonte da Constituição de 1988 –
objetivo central da pauta liberal e conservadora tupiniquim – a disputar a
hegemonia.
Tradicionalmente, o polo A sempre conseguiu mobilizar em torno de 20% do eleitorado, no mínimo. Como se viu nas duas últimas eleições, uma possível frente composta pelo polo B poderia alcançar 20% dos eleitores. Quanto ao polo C, apesar de assistir algum crescimento, não acredito em algo superior a 3%. O polo D poderia atingir até 10% do eleitorado.
Tradicionalmente, o polo A sempre conseguiu mobilizar em torno de 20% do eleitorado, no mínimo. Como se viu nas duas últimas eleições, uma possível frente composta pelo polo B poderia alcançar 20% dos eleitores. Quanto ao polo C, apesar de assistir algum crescimento, não acredito em algo superior a 3%. O polo D poderia atingir até 10% do eleitorado.
Que dizer, é possível que metade do eleitorado nacional na eleição de 2018 se posicione em torno de alguma dessas frentes.
Porém, inexiste no campo progressista um entendimento sobre uma agenda política que promova unidade. No Uruguai, por exemplo, a Frente Amplio, criada em 1971, é composta por partidos políticos comunistas, socialistas, socialdemocratas e centristas. Um documento converge essa pluralidade em unidade.
Diversos cenários se desdobraram dessa situação: todos com sérias implicações
na tão desejada consolidação de uma frente de centro-esquerda unida em torno de
agendas progressistas conformadas na pluralidade, com agenda definida e comum
ao centro. Como afirmei no inicio a eleição de 2018, tende a ser extremamente
importante para a consolidação de novidades no campo político e partidário da
esquerda.
O ano de 2018 indica a possibilidade, ainda, de experimentarmos duas extremidades mais radicalizadas em destaque, como já vem ocorrendo mundo a fora. Nessa nova polarização, uma da direita outra da esquerda, os partidos como PMDB, PT, PSDB podem ser punidos pelos eleitores.
Fica a sugestão de conhecer esses partidos e procurar convergências:
PT - http://www.pt.org.br/
PC do B - http://www.vermelho.org.br/
PSOL - http://www.psol50.org.br/
RaiZ: http://www.raiz.org.br/
Piratas - http://partidopirata.org/
REDE - https://redesustentabilidade.org.br/
PDT- http://www.pdt.org.br/
PCO - http://www.pco.org.br/
PCB - http://pcb.org.br/portal2/
PSTU - http://www.pstu.org.br/
terça-feira, 17 de maio de 2016
Ainda sob o retrocesso da extinção do Ministério da Cultura.
“Coxinha” é uma figura
de linguagem, um tipo ideal e uma condição humana que indica um indivíduo que, a partir de seu umbigo, fecha-se para a pluralidade de opiniões e expressões sociais. Contentando-se
com a narrativa vencedora, o ser coxinha está sempre disposto a ser o capataz
da visão de mundo hegemônica, servindo como açoite ao pensamento contrário.
Uma das situações
distorcidas pela racionalidade coxinha fundamenta intelectual e ideologicamente
a extinção do Ministério da Cultura (MinC) pelo governo atual ilegítimo.
Para o tal indivíduo, a
instituição era um lugar que distribuía dinheiro para pseudoartistas comunistas,
gays e desocupados ou, no outro extremo, para grandes artistas.
Pensa o coxinha que fusão do MinC com educação é salutar. Cultura é civilização, ordem e progresso,
bufam! Mas, a inclusão da Cultura na esfera das políticas da Educação reforça
um mito sedutor, mas, perpetuador de desigualdades e sem efetividade. a de que educação
e cultura são irmãs siamesas.
Se educação é cultura, nem tudo que é cultural é
apenas transmissão, mas, também, inovação e transgressão.
Acreditando que a iniciativa salva o cenário econômico (apesar de vários veículos demonstrarem que será simbólica e pífia a economia dos recursos), o coxinha aplaude a quebra de instituições que - a bem ou mal - produziram um apredizado institucional de quase nove décadas. Como o Instituto Histórico e Artístico Nacional (IPHAN, ex SPHAN) com
sua ação que resultou na definição, apoio, e na defesa de patrimônios culturais
conformados no movimento incessante de nosso país, material e imaterial, dentre
outros. Se a economia de recursos com a extinção do Ministério será modesta, o prejuízo real da ação é alto.
Ainda em relação ao
aprendizado institucional, o MinC representava uma instituição pública com quadros
técnicos estáveis (mesmo que reduzido) oriundos de concurso público com uma das
mais amplas bases de concertação e diálogo no interior do Estado brasileiro.
Estas relações incluem desde
povos originários, quilombolas, ribeirinhos a grupos teatrais profissionais e
grandes empresas de comunicação. Disponibilizar políticas públicas para
públicos tão distintos entre si, como percebido nos Pontos de Cultura, requer
inovação da gestão pública. Como o Estado pode dialogar com esses setores em
outros ministérios?
Os recursos disponíveis
para o MinC movimentar mercados artísticos e garantir os direitos culturais
das pessoas sempre foram insignificantes. Foram ampliados, mas, nunca foram
mais que 0,07% do Produto Interno Bruto. Os recursos para a cultura são
irrisórios, perto do valor gasto em serviços e pagamento de dívidas, conforme
tabela abaixo.
Tabela:
ORÇAMENTO EXECUTADO – MINISTÉRIO DA CULTURA DO BRASIL
|
||
Ano
|
Valor – Em
bilhões de reais
|
Porcentual em\
relação ao PIB
|
2013
|
3.320
|
0,07
|
2012
|
2.616
|
0.06
|
2011
|
2.292
|
0,06
|
2010
|
2.376
|
0,06
|
2009
|
1.941
|
0,06
|
2008
|
1.870
|
0,06
|
Fonte:
TCU; relatórios de aprovação das contas do governo 2013 e 2012; inclui Fundo
Nacional, Lei Rouanet e o Ministério e suas entidades vinculadas. Elaboração: o
autor.
O coxinha pensa
que artistas vivem em torno do ministério como filhotes a mamar nas tetas
estatais. O dito cujo desconsidera a cruel e selvagem concorrência aos parcos
recursos. Apesar de atenuada por uma política de editais nos últimos 10 anos, a
base do financiamento cultural brasileiro está concentrada em torno da Lei
Rouanet, onde o eixo Rio-São Paulo, como polo central acabam por fixar a
maioria substantiva dos recursos!
E mesmo na política de editais, reduzidos recursos são disputados com milhares de concorrentes. Por exemplo, para financiar ações de projetos teatrais, o Ministério através da FUNARTE tem o edital Myriam Muniz. Em 2015, para toda a produção teatral brasileira, foram disponibilizados 4,3 milhões de reais para financiar 52 iniciativas dentre mais de mil recebidas!
Voltando a Lei Rouanet, em 2014, foram
incentivados 3.273 projetos culturais, com um montante captado de R$
1.320.307.460,89. Só que 6.057 projetos que poderiam captar, quase metade não
obteve sucesso (Fonte).
Porque alguns conseguem e outros não? No território da Lei
Rouanet, quem tende a ganhar são as empresas, abatendo recursos públicos do
Imposto de Renda, associando sua marca a valores culturais. Hoje, na área cultural,
as empresas dispõem de um grande poder de eliminar ideias e ações sem apelo e
retorno de mídia fácil. Entre o icônico Rock in Rio e um periférico grupo
teatral de Blumenau, quem tem mais chances de conseguir boas captações?
Além disso, pequenos proponentes disputam com
instituições privadas como o Itaú como se estivessem em plena igualdade. Aliás,
falando em Itaú, que possui o Itaú Cultural, com relevantes serviços, o banco utiliza
parte do imposto que pagaria na instituição que lhe é sua. Quer dizer,
o governo dá dinheiro para essas empresas investirem em marketing cultural, ao invés do que acontece nos EUA,
onde tradicionalmente as empresas disponibilizam recursos. Ou, no caso local, o
financiamento pelas empresas Hering de suas ações de marketing (o Museu Hering)
com recursos públicos na forma de renuncia fiscal.
Dificilmente, proponentes culturais conseguem a totalidade dos recursos necessários. E dinheiro de projeto, na sua grande maioria, vai para diversas atividades de produçao, outros artistas envolvidos, serviços e comércios, girando a roda da economia.
Mas, o genial coxinha pensa
que todo mundo vive nas tetas. Quem, cara pálida e máscula? Nem mesmo os casos
extremos apontados como Maria Bethânia ou Cláudia Leite vivem de Lei Rouanet.
Aliás, a Lei Rouanet, criada em 1992, permite que tais agentes culturais
participem desse mecanismo. Se é imoral para alguns, ilegal não é.
A extinção do MinC é retrocesso em todos os sentidos.
domingo, 15 de maio de 2016
Um dentre muitos retrocessos: o fim do Ministério da Cultura
O Ministério da Cultura é uma instituição pública responsável pela garantia dos direitos culturais previstos na constituição através de uma política cultural coerente e que se realiza num conjunto de políticas públicas, legislações e outros instrumentos e atos estatais.
Posto isso, o nosso Ministério da Cultura (MinC) foi criado em 1985, consolidando uma trajetória de discussões que desde os anos 1970 envolviam intelectuais e integrantes da Ditadura Militar. O Plano de Ação Cultural (PAC) de 1973 e o Plano Nacional de Cultura de 1975 são documentos que demonstram essa tendência. Mas, não só. É uma tendência que tem como início os anos 1930.
Antes de 1985, a Cultura estava ligada a Educação, o chamado Ministério da Educação e Cultura (MEC), desde 1953, quando no segundo período de Getúlio Vargas se criou esta instituição (Decreto 1.920 de 1953). Tal ocasião promoveu o primeiro destaque para a categoria Cultura junto ao governo, quer dizer, constando no nome de um ministério. Isso por que, entre 1930 e 1953, existia Ministério dos Negócios da Educação e Saúde Pública (Decreto N.º 19.402, DE 14 DE NOVEMBRO), depois, Ministério da Educação e Saúde (LEI N.º 378, DE 13 DE JANEIRO DE 1937).
Que quero dizer com isso? Que cada época carrega consigo a lógica de governo e de cultura que lhe está ao alcance, no seu mundo de possíveis. Entre 1930 e 1950 foi se consolidando uma série de instituições federais que foram reforçando o papel da cultura no governo, ao ponto de torna-se o MEC. Este absorveu e ampliou essas instituições federais, alcançando o Patrimônio Cultural (IPHAN), música (popular e erudita) e artes plásticas e visuais (FUNARTE), teatro (SNT) e assim por diante.
A atitude do presidente ilegítimo Temer, apesar de não conter o excesso e o horror das extinções em massa promovidas por outro ávido neoliberal nos anos 1990 – Collor), carrega consigo o erro histórico e o retrocesso de forma violenta. Se cada época carrega consigo a marca das suas possibilidades históricas, o nosso momento indica a autonomia da Cultura. A sua crescente importância de sentido, em aglutinar a diversidade cultural num mundo carregado de tensões de caráter culturalista.
Além de ser a arena institucional mais plural do governo, o MinC tem uma tarefa fundamental na realização dos Direitos Culturais das pessoas, expressões nos artigos 215 e 216 da CF 1988. É diversidade, é cidadania, mas é economia!! Mobiliza algo como 4% do Produto Interno Bruto, gera centena de milhares de empregos, estimula a inovação e assim vai. É senso comum, mas vale dizer que Holliwood é indústria central no contexto estadunidense, além de ter um efeito de influência ideológica muito grande.
A decisão démodé de Temer vem para enfiar goela abaixo paradigmas já obsoletos, a saber, o da democratização cultural, que assume que basta ir ao teatro, ler um livro, contemplar silenciosamente uma obra cultural, ja basta magicamente por si mesma para mudar o indivíduo, ao passo que afirma um mundo de "gênios". Atualmente, convivem diversos paradigmas – da democracia cultural e da cidadania cultural – que cumprem, agregados uns aos outros, um valor cidadão, simbólico e econômico para toda e qualquer sociedade contemporânea; voltamos ao passado, à época em que mulheres não participavam da política senão como secretárias e cultura era uma cerejinha de bolo.
A decisão démodé de Temer vem para enfiar goela abaixo paradigmas já obsoletos, a saber, o da democratização cultural, que assume que basta ir ao teatro, ler um livro, contemplar silenciosamente uma obra cultural, ja basta magicamente por si mesma para mudar o indivíduo, ao passo que afirma um mundo de "gênios". Atualmente, convivem diversos paradigmas – da democracia cultural e da cidadania cultural – que cumprem, agregados uns aos outros, um valor cidadão, simbólico e econômico para toda e qualquer sociedade contemporânea; voltamos ao passado, à época em que mulheres não participavam da política senão como secretárias e cultura era uma cerejinha de bolo.
Até Fernando Henrique Cardoso, a seu modo, fortaleceu institucionalmente o MinC, porra!
A decisão autoritária de Temer estimula a jogar fora uma década de avanços institucionais junto aos Estados e municípios que na crise extinguirão ou redimensionarão o setor cultural. As tendências institucionais que agoa descem do MinC são tenebrosas.
E sob o comando do Democratas, viveremos de Lei Rouanet. Isto é, de mercado.
sábado, 6 de junho de 2015
Cesaria Evora
A grande mulher cabo-verdense!
Voz de atiçar pelos e epiderme.
Estimada artista desta língua lusa!
Estimada artista desta língua lusa!
Desfrute sua voz, levada ao grande reino das inesquecíveis vozes em
2011!
Visite: http://www.cesaria-evora.com/pt/actualite/
Cesaria Evora - Sodade
Cesaria Evora - Petit Pays
Cesaria Evora - Lua Nha Testemunha
Cesaria Evora - Mar Azul
Cesaria Evora - Angola
BÔNUS TRACK Salif Keita & Cesaria Evora: Yamore
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